Por que se tem falado tanto sobre sexualidade feminina?
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Por que se tem falado tanto sobre sexualidade feminina?

Por Isabelle e Karol dos Lábios Livres para o blog da Share Your Sex




Se você passa um tempinho no Instagram, já deve ter notado que páginas com a temática de sexualidade feminina têm aparecido com mais frequência, de todos os lados - da Globo, da UOL, de agências de marketing. Você talvez tenha notado também que as revistas femininas têm dado mais atenção para esse assunto, trazendo mais matérias que discutem orgasmos e sex toys. E ah, você provavelmente viu as páginas de fofoca compartilhando que a integrante do BBB 22, Maria, se lamentou de saudade do seu vibrador, certo? Pois bem - todo esse bafafá sobre sexualidade feminina não é por acaso e não é só urgente, mas uma tendência. Vem com a gente, que a gente te conta melhor



Um pouquinho de história: a emancipação feminina


“Ó mulheres! Mulheres, quando deixareis vós de ser cegas?”, escreveu Olympe de Gouges na Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã. A autora de teatro francesa do século XVIII, foi o nome pioneiro quando se trata da emancipação feminina e da luta pelos direitos da mulher. Em 1791, a Declaração contestava o símbolo da Revolução Francesa: a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789.


No documento, Olympe reivindica o direito da mulher ao voto, de acesso a instituições públicas, liberdade profissional, direitos de propriedade, ao divorcio, dentre outras premissas polêmicas até para os revolucionários franceses. Olympe de Gouges, dois anos depois morre. Ainda que pacifista, a violência prevaleceu como resposta, e a voz que alçou fora calada com a guilhotina.


A liberdade dita no lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” não se aplica a ela. Sem direito a um advogado, Robespierre ordena sua execução. “Se a mulher tem o direito de subir ao cadafalso, ela deve ter igualmente o direito de subir à tribuna”, disse Olympe de Gouges nas suas últimas palavras.


Nos séculos seguintes, os movimentos de emancipação feminina cresceram com nomes proeminentes no ocidente, como Simone de Beauvoir e Virginia Woolf no século XX. No século XXI, eles ganham novo fôlego no ocidente. Através da internet, os discursos impulsionaram seu alcance e, consequentemente, aplicação política para emancipação feminina (ainda que lenta).


A internet não só catapultou os discursos nas redes sociais como também tornou viral o conteúdo. De tabu à tendência, post sobre sexualidade e feminismo mostram grande propagação na rede, o que alerta para um grande consumo é a necessidade de grande demanda.



Sexualidade e criadoras de conteúdo: de tabu à tendência


De mulheres guilhotinadas pela sua voz, nessa década temos porta-vozes que utilizam da internet para tirar o tabu que envolve a sexualidade feminina, e produzir conteúdos de mulheres para mulheres. Além das nossas páginas Lábios Livres e Share Your Sex (que vocês tem que seguir), aqui vão algumas dicas de influenciadoras digitais que merecem aquela olhada!


1. Luana Lumertz (@luanalumertz)

Luana é educadora sexual e expert quando o assunto são sex toys. Ela fala sobre sexualidade e mercado erótico em seu perfil no Instagram e no Youtube. Em seus quase 1.000 posts, a empreendedora acumula 56,8mil seguidores no Instagram e mais de 300 mil no Youtube.


Postagens como “O que é beijo grego? Por que existe tanto tabu?”, “Eu não gozo só com penetração, é normal?” e “5 dicas pra ter Orgasmo”, geram comentários de mulheres com suas experiências e questionamentos.


2. Taty Ferreira (@acidezfeminina)

Taty Ferreira, possui o perfil Acidez Feminina para discutir sobre comportamento e relacionamento em diferentes plataformas, como no Instagram e o próprio site.


Há cerca de 10 anos Taty já falava sobre assuntos que tangem o íntimo feminino sob o pseudônimo Acid Girl. Hoje, seu site continua sendo referência e a escritora acumula mais de 1 milhão de seguidores no Facebook e um canal no Youtube com quase 2 milhões de inscritos e vídeos semanais.


3. Ana Cristina Gehring (@vaginasemneura)

Ana Gehring, com o perfil Vagina Sem Neura com 731 mil seguidores. Na página, os conteúdos de educação sexual feminina engajam mulheres de todas as idades.


Ana aborda em seu perfil temas como “Erros ao praticar pompoarismo”, “Como aumentar a libido”e “dicas para uma vagina sem neura”. Nos stories ainda é possível tirar dúvidas sobre educação sexual, pompoarismo e destaques por categoria.


Expansão do empreendedorismo feminino


Além de perfis, o empreendedorismo feminino no mercado de sextech e sexual wellness cresce exponencialmente. No Brasil, em 2020 o mercado triplicou o número de empreendedores, em relação ao ano anterior durante a pandemia. Na estimativa, quase oito em cada dez pessoas que empreendem no setor erótico são mulheres, ainda assim, vibradores continuam entre os produtos mais procurados. Os dados são da revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios.


Dentre perfis que tratam sobre sexualidade feminina, política e erotismo, temos a Share Your Sex (como você já sabe, já que está lendo aqui nesse momento), que conta com o aplicativo cheio de conteúdo erótico, o famoso grupo no Facebook e uma página que reúne mais de 62 mil mulheres; temos o Lábios Livres que conta com blog e um Instagram com mais de 33 mil seguidoras. As duas páginas página não veem sexo e erotismo como tabus, mas como grandes oportunidades para inspirar e educar a audiência.


Braço da Obvious Agency, a Prazer Obvious tem como lema “abertura suave em fases preliminares”. Através de imagens com colagens e textos interativos, a editoria leva assuntos como sexualidade, auto amor e feminilidade de forma simples e descontraída. Nos stories é possível interagir através de caixinhas de perguntas, enquetes, dentre outras ferramentas do Instagram.


A Feel é uma marca de sexual-care que objetiva descobrir novas possibilidades sobre a nossa sexualidade e é uma forma potente de autocuidado e autoconhecimento. A marca trabalha com produtos naturais e seguros para a pele, e podem ser usados tanto durante a relação sexual quanto com os brinquedos de silicone. A marca é totalmente feita por mulheres, pensando unicamente em mulheres.


Netflix e o conteúdo com base em dados

Não é à toa que falar sobre sexualidade nas redes é carregar uma leva de mulheres que anseiam se conhecer e refletir sobre os que as fazem mulheres. Assim como também não é à toa que você ama aquela série da Netflix em que a protagonista feminina tem as mesmas angústias que você. Como acontece toda essa identificação?


Em números, a Netflix acumula mais de 100 milhões de assinantes espalhados em 190 países nos quatro continentes. Dezenas de bilhões de dólares em valor de mercado e 91 indicações ao Emmy em 2017 por suas produções autorais. Esse enorme sucesso de público vem da intimidade que a empresa desenvolve com seus espectadores. A medição é feita através da mineração de dados.


O streaming consegue mapear todos os passos de seus espectadores e saber quais características os prendem mais: desde personagens, a gêneros, compartilhamentos e variações de consumo dentre países. Segundo dados da IBM, o profissional de cientistas de dados deve aumentar em 28% até 2020. Parte do time da Netflix é de cientistas de dados, assim a Inteligência de Mercado trabalha em conjunto das decisões criativas. Dessa forma, o público se torna fiel às produções feitas pela empresa e navega cada vez mais pela plataforma.

Assim, não se pode negar que a presença cada vez mais alta de séries eróticas e filmes com protagonistas femininas e suas angústias dizem algo sobre o público.


A revolução está só começando

As mulheres passaram (e ainda passam) por um longo período de silenciamento e punição por suas vozes. De certo, notar que empresas, páginas na internet e produções cinematográficas abordam cada vez mais o feminino é um avanço para a causa das mulheres que lutam para serem donas de si mesmas, especialmente do seu próprio corpo. A conversa crescente sobre sexualidade feminina vai além de uma tendência passageira e representa mais um passo na luta pelo empoderamento.

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