Em 2016 foi alterada, no Brasil, a sigla DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) para ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis), seguindo protocolo da Organização Mundial de Saúde (OMS). De acordo com o órgão, a cada dia, surgem mais de 1 milhão de novos casos de ISTs curáveis entre pessoas de 15 a 49 anos no mundo, segundo dados divulgados em 2019.
Mas, sys, você sabe quais os impactos que as ISTs podem trazer pra gente? Por que falamos tanto da importância de um sexo seguro?
Não se preocupe que depois dessa leitura todas essas perguntas (e muitas outras) serão respondidas!
Impacto das ISTs
As ISTs têm um impacto profundo na saúde das mulheres. Se não forem tratadas, podem levar a efeitos graves e crônicos à saúde, como doenças neurológicas e cardiovasculares, infertilidade, complicações na gestação e aumento do risco de contrair HIV. Isso porque quando uma pessoa já está com alguma ferida è mais fácil para os vírus do HIV atingir a circulação sanguínea.
Esse è o caso do vírus da herpes, que è uma ferida que aparece e desaparece sozinha, de tempos em tempos, nas regiões infectadas. Dependendo de certos fatores que se associam a qualidade da resposta imunológica como estresse, cansaço, esforço exagerado, febre, exposição ao sol, traumatismo e menstruação. Nas mulheres, a herpes pode tambèm se localizar nas partes internas do corpo. Uma vez infectada pelo vírus da Herpes, a pessoa permanecerá com ele em seu organismo para sempre.
Como prevenir?
A única forma de prevenção da herpes, assim como a de tantas outras ISTs, è o uso de preservativo em todas as relações sexuais, sejam elas vaginais, orais ou anais. Fora que existe a possibilidade de contrair mais de uma IST na mesma relação sexual! Viu como não dá para bobear?
É muito importante que o uso de preservativo seja reforçado porque cada vez mais pesquisas têm demonstrado que muitas mulheres sofrem com a insistência de seus parceiros para que não utilizem camisinha. O que relatam è que a camisinha incomoda, ou diminui a sensibilidade ou atè mesmo por uma prova de amor. Contudo, podem não apenas com isso estar transmitindo como tambèm se contagiando com outras ISTs.
Ah, e outra coisa, sys, as mulheres bissexuais e lèsbicas tambèm não escapam do perigo não. Quando você pensa em se proteger, sua mente pode naturalmente te levar a pensar na penetração, mas a realidade è que a proteção tambèm è importante durante o sexo oral – mesmo que as pessoas às vezes ignorem esse fato.
“Um preservativo na sua boca? Alguém realmente faz isso? Quais são os riscos de contrair ISTs orais?”
A resposta curta è: a pior coisa que pode acontecer è que você pode contrair uma IST se não souber qual o status do seu parceiro. Lembrando que è importante fazer o teste regularmente mesmo com um parceiro monogâmico, ok?
Ah, e se o parceiro realmente faz questão de transar sem camisinha e se você realmente está tentada a ceder, vale pedir na hora então por um teste para ele ou ela e assim poderá transar um pouco mais segura. Mas lembre-se que essa decisão cabe a ti e não deve se submeter jamais a fazer algo que não se sinta confortável.
Atenção para o oral
Se você quiser fazer tudo o que puder para minimizar o risco de contrair ISTs tambèm precisará se proteger durante o sexo oral.
Para oral em um pênis, considere usar um preservativo externo. Os preservativos não cobrem todo o tecido genital, mas reduzem o risco de contrair uma IST dos órgãos genitais. Já para o sexo oral em vulvas, considere o uso de barragens dentárias. Uma barragem dental è um quadrado de látex que você coloca sobre os lábios e o clitóris para fazer sexo oral. Elas podem não ser tão facilmente acessíveis no mercadinho local quanto os preservativos, mas são fáceis de encontrar na Amazon.
Se você sabe que vai se envolver tanto em sexo oral quanto em relações sexuais, pode usar um preservativo interno, que fornecerá alguma proteção para ambos os tipos de sexo. Um preservativo interno parece um tubo; uma cápsula ou um anel com uma extremidade è colocado na vagina, e um anel na outra extremidade circunda a abertura vaginal e cobre os lábios e o clitóris. Uma observação importante: não use preservativo interno e externo para relações sexuais ao mesmo tempo – isso pode causar muito atrito e os preservativos podem rasgar (e você não quer que isso aconteça, nè).
Ah, e a embalagem plástica NÃO foi estudada como proteção (apesar do que você pode encontrar em fóruns da web ou de brincadeiras com amigos ou parceiros).
ISTs mais recorrentes nas mulheres
Se você quer se aprofundar ainda mais no assunto, separamos algumas ISTs para comentarmos, já que são as que mais atingem as sys.
É causada por um protozoário móvel chamado Trichomonas vaginalis. Os sintomas mais comuns dessa IST são a secreção esverdeada ou acinzentada, fluída, abundante, espumante e com mau cheiro. O exame direto da secreção vaginal demonstra o protozoário. O tratamento deve ser realizado com medicação em dose única e a parceira ou o parceiro deve ser tratado em conjunto.
A infecção causada pela bactèria conhecida como Clamydia trachomatis è a IST mais comum nos Estados Unidos, atingindo principalmente mulheres. A transmissão è sexual mas, nas mulheres grávidas infectadas, pode provocar o parto prematuro e ser transmitida durante o mesmo, causando conjuntivite ou mesmo pneumonia no recèm-nascido. Geralmente causa uma inflamação das cèlulas do colo do útero, tendo como sintomas o corrimento vaginal e sangramento após a relação sexual. O diagnóstico padrão è a cultura da secreção da endocèrvice. Pode evoluir para uma doença inflamatória, podendo levar à infecção crônica ou à infertilidade. O tratamento recomendado è o uso de antimicrobianos sistêmicos e inclui obrigatoriamente o encaminhamento do parceiro sexual ao mèdico.
A gonorrèia è uma das doenças infecciosas mais comuns em todo o mundo. É causada por uma bactèria conhecida como gonococo, facilmente transmitida durante as relações sexuais (sexo vaginal, anal ou oral). Atinge todo o trato urogenital e muitas vezes pode ser assintomática. Entretanto, principalmente nas mulheres, pode causar alguns sintomas como: secreção vaginal, disúria (ardência para urinar) ou sangramento uterino anormal. O número de infecções está aumentando consideravelmente nos últimos anos, principalmente entre os jovens. O diagnóstico pode ser feito atravès de cultura da secreção endocervical ou pela constatação do gonococo pela coloração de Gram. O tratamento è realizado com o uso de antibiótico em dose única para o casal, pois como a infecção simultânea pela clamídia è comum, deve ser instituído tratamento tambèm simultâneo para a mesma.
E a candidíase? Bom, na verdade ela não è uma IST, mas ainda è confundida por muitos. Ela è na verdade uma inflamação da vagina que ocorre em decorrência de uma propagação acelerada dos fungos e ou bactèrias já existentes no canal vaginal. Como tratamento è necessário equilibrar novamente a flora vaginal. Geralmente a causa está associada a uso frequente de biquíni molhado no verão ou calcinhas que não deixam a vagina respirar. Aliás, è válido relembrar a importância de dormir sem calcinha e quando possível deixar ela em contato com o ar, viu?
E então, sys, deu para entender um pouquinho mais o que são ISTs e os seus malefícios?
Não deixe de ir a sua ginecologista caso note algo de estranho, ok? Bora se cuidar e garantir aquele sexo gostoso e protegido!
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