Ginecologia natural: o que é?
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O que é a ginecologia natural?


Peça gráfica composta por fotografia e texto. A fotografia é de um absorvente aberto exposto em um espaço rosa. Ao lado esquerdo, flores brancas. O título está à esquerda e escrito em bordô, e diz "ginecologia natural"
A ginecologia natural é uma alternativa para quem deseja buscar outras formas de tratamento ginecológico

Absorvente interno de alho, vaporização do útero, plantar a lua… Se você já pesquisou por ginecologia natural na internet, com certeza já se deparou com alguma dessas práticas que vêm se popularizando nas rodas de conversas femininas. Mas será que a ginecologia natural é apenas isso?

Aliando o sagrado feminino com o científico, a ginecologia natural (ao contrário do que pode parecer) é muito mais do que “substituir o ibuprofeno por um chazinho de alecrim”. Por isso, trouxemos um guia completo para você entender esse movimento de resgate da autonomia das mulheres sobre o seu corpo e sua saúde. Vamos lá?


O que é a ginecologia natural?

Os pilares da ginecologia natural são:

  • auto-observação;

  • valorização da natureza cíclica;

  • ancestralidade feminina;

  • ver o ciclo menstrual como ferramenta de autoconhecimento;

  • ter uma visão integral da saúde e

  • conexão com a natureza.

Apesar de utilizar ervas medicinais para os tratamentos das patologias, a ginecologia natural é uma revolução de dentro pra fora. Ela te convida a fazer um caminho de volta para dentro, trazendo um olhar amoroso e compreensivo com o seu útero, vulva, vagina e também com as suas emoções. Em suma, a ginecologia natural é um movimento de reconexão com os nossos corpos.


História da ginecologia natural

Para entender o surgimento da ginecologia natural, precisamos lembrar que as mulheres foram as primeiras médicas, enfermeiras e parteiras da história da humanidade. Desde os povos originários, todo conhecimento de ervas medicinais e práticas curativas era dominado por elas e passados de mãe para filha, de geração em geração.

Com a consolidação do sistema patriarcal e movimentos religiosos como a caça às bruxas, esses conhecimentos foram usurpados pelos homens, que passaram a dominar a medicina — que não por acaso hoje, majoritariamente, é composta por homens, brancos, cisgêneros, héteros e com poder aquisitivo. A ginecologia natural surge, então, para romper com os padrões que silenciaram os nossos corpos, resgatando saberes ancestrais e devolvendo um olhar positivo à saúde da mulher.

A ginecologia natural tem raízes na América Latina, sys. A chilena Pabla San Martin é uma das pioneiras no estudo da medicina dos povos tradicionais andinos e é autora do livro “Manual de Introdução à Ginecologia Natural”. No Brasil, a prática começou a ser realizada e difundida por naturólogas e terapeutas ayurvédicas. Com a crescente das redes sociais, a área passou por um boom em 2018 e segue em crescimento.


Ginecologia natural e alopática: diferenças

Fotografia de um chá sendo servido. Ao centro da foto, uma xícara branca. Ao lado direito da foto, um bule de metal
Ginecologia natural vai além de tomar chás e ter banhos de assento

Grande parte das mulheres que buscam a ginecologia natural estão insatisfeitas ou frustradas com as consultas médicas tradicionais. Seja pela duração curta dos atendimentos, pela medicalização excessiva, pela pouca escuta nos consultórios ou mesmo pela pouca ou nenhuma informação sobre como funcionam os seus corpos.

A ginecologia natural enxerga a mulher como um ser integral e foca o tratamento na causa do problema (em vez do sintoma como acontece com a medicina ocidental). Se uma mulher chega com candidíase em uma consulta médica, por exemplo, será receitado, na maioria das vezes, uma pomada para coceira e não tratamentos para o que desencadeou, de fato, o quadro — que, muitas vezes, envolve desde estilo de vida à gatilhos emocionais.

É importante ressaltar que o atendimento com uma terapeuta em ginecologia natural não substitui o atendimento médico de rotina e a realização de exames, ok? Além disso, casos mais graves sempre vão necessitar de acompanhamento médico. A ginecologia natural vem para agregar forças ao sistema de saúde e contempla, principalmente, a escuta ativa e acolhedora que, por falta de tempo, não acontece nos consultórios tradicionais.


Ginecologia natural não é apenas tomar chá

Os tratamentos da ginecologia natural são feitos com fitoterapia e através de diversas formas: tinturas, chás, banhos de assento, óvulos vaginais, emplastros, dentre outros. Contudo, é preciso ter responsabilidade no uso e sempre se certificar que a terapeuta que está te atendendo tem uma formação séria na área. Isso porque, infelizmente, são muitos os cursos rápidos e superficiais que não conseguem contemplar todo o embasamento científico necessário para a prática segura da ginecologia natural.

Remédios naturais são remédios e, portanto, podem ter diversos efeitos colaterais e contraindicações de uso. Por isso também cada atendimento é individualizado, afinal, uma erva que funciona para uma mulher pode ser tóxica para outra. No mais, cuidado com receitas de internet, uma profissional responsável dificilmente irá compartilhar tratamentos na rede.

No mais, não se esqueça: este texto foi feito para disseminar conhecimento e informação de qualidade para que, através da sua própria história, você resgate a autonomia do seu corpo e possa viver melhor com seus ciclos. E viva a ginecologia natural, sys!

 

Sobre a autora

Lari Agostini

Terapeuta em ginecologia natural e sexualidade


Saiba mais sobre o trabalho da Lari em seu Instagram


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